Definir é limitar

28 maio 2012

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A máxima Bíblica “Não julguem e vocês não serão julgados” nos lembra que, diferentemente do olhar divino, o nosso não é onipresente e, portanto, não nos capacita a emitir julgamentos justos.

Só quem vê a realidade como um todo pode compreender e avaliar os atos dos outros.

As próprias Escrituras nos advertem de que a pessoa que tem uma viga no olho não deveria julgar o cisco no do irmão.

Contudo, julgar é uma atitude inerente ao ser humano.

Quando somos apresentados a alguém ou presenciamos um acontecimento, inevitavelmente emitimos um juízo de valor.

Saber o que pensamos sobre alguém ou alguma coisa nos proporciona segurança e nos permite conduzir nossas reações (em hebraico, a origem do termo “julgar” é justamente “dirigir” ou “guiar”).

Ao qualificarmos uma pessoa de honesta ou corrupta, valiosa ou dispensável, na realidade estamos decidindo como iremos nos relacionar com ela.

Da mesma forma, quando consideramos que determinada situação é perigosa, nossa reação a ela é condicionada por essa opinião.

Portanto, julgar nos proporciona a sensação de estarmos pisando em terreno firme.

Ao mesmo tempo, porém, pode nos afastar do mundo.

A partir do momento em que rotulamos algo, deixamos de observar o que acontece e passamos a nos fixar somente na etiqueta.

Fonte:
Livro: Oscar Wilde para inquietos
Autor: Allan Percy
Editora Sextante

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